O Coração Puro

“Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.” – Mateus 5:8

Queria ver Deus, conhecê-lo intimamente. Quando eu era uma menina de 6 anos que recebeu Jesus como Salvador e Senhor, conhecê-Lo tornou-se o alvo da minha vida. E para ter uma relação íntima com Deus, sabia que precisava de alcançar um coração puro.

Não demorei muito tempo para aprender que tentar ser bom ou ter um “coração puro” por força de vontade simplesmente não funciona. Quantas vezes tentamos e falhamos em mudar os nossos hábitos, sem sucesso? Sem Deus, os nossos esforços para alcançar a pureza torna-se simplesmente legalismo, pois tentamos agradar-Lhe seguindo regras. Provérbios 23:7a diz-nos: “Porque, como ele pensa no seu coração, assim ele é.” E acontece que todos nós temos um problema de coração.

Tornarmo-nos puros de coração é uma obra que Deus realiza em nós à medida que O conhecemos e nos submetemos a Ele. O Pai convida-nos graciosamente a cooperar com Ele na nossa formação espiritual. Quando oramos honestamente: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me e conhece os meus pensamentos ansiosos” (Sl 139:23), Ele revelará áreas nas nossas vidas que precisam de transformação. E podemos permitir que a Sua Palavra e Espírito nos guiem. Em Tiago 4:8 somos instruídos a “chegar perto de Deus e ele se chegará a vós. Lavai as mãos, pecadores, e purificai os vossos corações, vós de mente dobre”. Mas como funciona realmente este processo de mudança?

Existe uma ligação fundamental entre os nossos corações e as nossas mentes. Tudo o que decidimos nas nossas mentes ser verdadeiro e valioso torna-se o tesouro dos nossos corações. Paulo orienta-nos em Romanos 12:2: “Não vos conformeis com o padrão deste mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente.” Podemos realmente ser transformados mudando o que pensamos. Paulo partilha então onde devemos concentrar a nossa mente: “Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas” (Filipenses 4:8).

Deus deixa claro na sua Palavra que na vida cristã há coisas que devemos abraçar e coisas das quais nos devemos abster, por isso precisamos escolher sabiamente sobre como viver. A Bíblia tem muito a dizer sobre onde devemos concentrar a nossa mente (Hebreus 12:2; Colossenses 3:2), como levar os nossos pensamentos cativos e submetê-los a Ele (2 Coríntios 10:5) e porque precisamos de permanecer n’Ele (João 15).

Mas há outra forma importante pela qual Deus nos purifica. Na minha inocência de criança de 6 anos, não compreendia que o custo de ter uma relação íntima com Deus inclui a dor de ter o coração purificado. Porque o nosso bom Deus é puro e santo, deseja que sejamos como Ele. O Pai leva-nos através da fornalha da aflição para que as impurezas nos nossos corações sejam queimadas. No teste, devemos encarar o que temos de mais caro no nosso coração, o nosso tesouro, para que Deus possa revelar se o que ali temos é um ídolo.

Os tempos de provação de Deus são difíceis! Amigos, vamos ter a certeza de que compreendemos e abraçamos o que Deus nos está a tentar ensinar para que possamos receber a recompensa que Ele deseja – tornarmo-nos mais como Jesus. Podemos recordar Hebreus 12:11, que diz: “Nenhuma disciplina parece ser motivo de alegria no momento, mas sim de tristeza. Mais tarde, porém, produz fruto de justiça e paz para aqueles que foram por ela exercitados.”

Nós temos uma escolha. Que possamos escolher cooperar com Deus na boa obra que Ele quer fazer nas nossas vidas, enquanto nos purifica e perguntar-nos: Que tesouros guardamos no nosso coração? Que medos enfrentamos ao entregar os nossos tesouros a Deus? Quem ou o que é o nosso primeiro amor?

Lisa Hall

Coordenadora Internacional de Oração