Conhecer Deus, para quê?
- Equipa RTM ME
- 13 de mai.
- 5 min de leitura
Das coisas que mais gastei tempo a refletir foi sobre a importância de conhecer Deus. O que isso mudaria em mim.
Refletir sobre estas questões não quer dizer que estamos a um passo de perder a fé. Pelo contrário, é necessário questionarmo-nos para que ela seja melhor estabelecida.
Não sei se, tal como eu, já pensaste assim ou se estás nessa fase agora. Caso estejas… eu posso ajudar-te com algumas respostas.

As ideias equivocadas acerca de Deus podem aproximar-nos ou afastar-nos pelos motivos errados – ideias têm consequências.
Todos nós temos uma crença ou uma ideia em relação a algo ou alguém. Que tanto pode ter sido construída com base no que ouvimos de outros, ou do que decidimos acreditar.
Quando era criança, imaginava Deus de uma forma muito diferente. A ideia que tinha – afectada de acontecimentos dentro de casa – é que Ele apenas se movia em casos de extrema importância.
Via-O sentado no trono com longos cabelos brancos e que só se interessava por intervir em alguns assuntos.
Resumindo: cheguei a pensar que Deus não se importava com alguns aspectos da minha vida. Hoje eu sei que não é assim.
Lá está… uma ideia equivocada que travou durante anos a desenvolver uma relação de proximidade com Deus. Pois, genuinamente, eu acreditava nessa imagem.
Nesta primeira fase, podemos concluir que as ideias equivocadas que temos acerca de Deus afectam se nos aproximamos ou se nos afastamos.
O quanto O conheço determina como vou apresentá-lo às pessoas.
A maneira como eu imagino Deus é muito diferente da forma como Ele realmente é.
O que eu não sabia na minha tenra idade é que Deus tem muito gosto em se apresentar à humanidade. Ele mesmo toma a iniciativa – quando nós fugimos dela.
Na Bíblia encontramos vários exemplos de quem foi impactado pela revelação de Deus.
Os exemplos passam por Moisés, Abraão, Jó… mas, a maior prova de que Deus quer que O conheçamos foi quando Ele enviou Jesus.
Jesus disse que não falava nada além do que tinha ouvido o Pai falar e nem fazia nada além do que tinha visto o Pai fazer.
E nada há a apontar em Jesus. Então, porque apontamos para Deus com uma imagem totalmente diferente?
Aceitamos Jesus com o amor que estendeu aos pobres e necessitados, a forma como se aproximou da considerada escória da sociedade… mas quanto a Deus ainda O temos na posição de um carrasco?
Como diz o ditado português: “não bate a bota com a perdigota.”
Sabes… quando passamos a conhecer como Ele é, acabamos por passar às outras pessoas a verdadeira imagem Dele – e não aquilo que imaginávamos.
E esse é o problema. Somos guiados pelo que as outras pessoas falam acerca de Deus. Sendo que muitas são pessoas profundamente feridas, severas ou orgulhosas. Ou então, legalistas.
Por isso, existe a necessidade e conhecer para não apresentá-lo à nossa imagem e semelhança.
Ao conhecê-lo eu passo a conhecer-me.
Conhecer quem Deus é vai direccionar-me na forma certa de saber quem eu sou.
Quando eu olho para um Deus único – Ele sempre foi, é e será – e olho para a diversidade do mundo, eu sei que todos fomos criados de forma única.
Por mais que haja parecenças, o meu ADN ninguém mais tem. O teu ADN ninguém mais tem.
Não existe outra pessoa como eu, não existe outra pessoa como tu.
Quando olho para Deus, despindo-me de todos os falsos conceitos que os traumas criaram, das opiniões das pessoas amarguradas e de líderes religiosos hóstis, eu posso ver que todas as respostas acerca de quem sou estão Nele.
Ele não pediu opinião a ninguém quando nos formou de forma tão distinta, Ele não teve conselheiros para decidir qual seria o nosso valor. Nele está toda a definição do nosso ser e valor.
Por mais que busquemos aprovação de pessoas, tentemos encontrar-nos dentro de agendas políticas, por mais que nos aprofundemos no mais variado conhecimento… tudo isso perde o seu valor quando olhamos para Deus.
Ele revela-se. Fala a verdade sobre si e fala a verdade sobre nós. Verdades que nenhum ser humano é capaz de proferir ou distorcer. Pois são puras e reais.
Conhecê-lo poupa-me tempo a discernir o que ouço – a evitar lobos em pele de cordeiro.
Vou passar a conhecer se o que sai da boca das pessoas é verdade ou engano. Essa é a hora de discernir se estou diante de um lobo em pele de cordeiro.
Ao longo destes anos, já vi tanta coisa – e gostaria de nunca ter visto – que me chocou profundamente. O que, de certa forma é normal, pois estamos a lidar com o ser humano.
Todos nós somos susceptíveis ao erro. Contudo, também podemos ser recíprocos à iniciativa de Deus e desejar conhecê-lo.
Já dizia Deus através do profeta Oséias: “O meu povo está a ser destruído porque não me conhece (…)” – Oséias 4:6
Então, o que nos falta? O que nos falta é querer conhecer Deus.
Ninguém gosta de estar a falar enquanto um amigo nos ignora. Porque isso é exatamente o que fazemos com Deus quando se dispõe a apresentar-se.
A nossa sorte é que Ele não é como nós. Pois já teríamos perdido a paciência com esse amigo há muito tempo…
Conhecê-lo pelos motivos certos – o erro de achar que Deus serve para atalhos.
Nada melhor que entrar nessa aventura de O conhecer, para não criá-lo à minha maneira ao colocar expectativas irreais que me levam a uma fé fraca e sem fundamento.
Conheço casos de pessoas que dizem viver uma vida de fé quando na verdade estão lá por ambição e ganância por causa daquilo que Deus pode dar. Não por quem Ele é.
Óbvio que não vamos ter tudo nesta vida. Assim como Deus não é o nosso empregado que está para servir os nossos caprichos e ambições tolas.
Viver assim não é viver uma vida de fé. É enganar a nós mesmos e acabar frustrados. E ainda correr o risco de frustrar outros que, muito erradamente, se inspiraram no mesmo estilo de vida vazio.
Deus não é nenhum génio da lâmpada e muito menos um guru ou um coach. Ele revela-se para que seja estabelecida em nós maturidade para viver de forma digna conforme as estações da vida.
O sofrimento faz tanto parte da vida como a felicidade. Mas, ao conhecer Deus, aprendemos que nenhum dos dois dura a vida inteira. O que dura é o Seu amor que nos ajuda nos sustenta no mais amargo sofrimento e nos aquece a alma na mais doce felicidade.
Diante de tudo isto, só te deixo um conselho: não perdes nada em conhecê-lo. Pelo contrário, vais encontrar tesouros que nem pessoas ou coisas vão conseguir te dar, pois são eternos.
A importância de conhecer Deus resume-se no facto de que a nossa existência não acaba aqui.

Ana Margarida
Equipa RTM Mulheres de Esperança
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